sexta-feira, 12 de outubro de 2018

O POÇO



Vamos dar um tempo em minhas postagens pesquisadas e relatar um fato real tal como em COLA TUBO E CONEXÕES.  No final da página o leitor poderá imaginar sua própria nota de rodapé :"O! mineirinho burro". Isto aconteceu na década de 1980. Não se pode desculpar como sendo um caso de "marinheiro de primeira viagem" uma vez que os marinheiros rebem ensinamentos e instruções e, as próprias pessoas leigas recebem algum tipo de ensinamento e as lições que a vida oferece. Mas esse sujeito que certa vez bateu com a cabeça na parede do Rotary Club de Brasilia de Minas (esta vou contar depois), parece que ficou com alguma sequela, as massas cinzentas do cérebro devem ter sofrido um curto circuito.
Vamos aos fatos: a gente já tinha um terreno comprado e pago ao longo de 10 anos. O lugar era lá na fronteira entre o mato e a grota. Era não, é, pois o bairro de PIUM no município de Itaquaquecetuba,  apesar de algum progresso ao longo de trinta anos, continua lá na fronteira entre o mato e a grota. Pois bem, eu queria fazer uma casinha lá, mas não havia água encanada, era necessário furar um poço. Eu e o mestre sabidão recrutado por recomenda fomos fazer as medições. Contamos em passadas até o ponto X de forma que o poço ficasse no quintal da futura casa. Feito o trabalho, lacramos a boca do poço pois tivemos que esperar mais um ano até a chegada de novos recursos que por sinal nem vieram. Tudo bem, vamos meter as caras e fazer assim mesmo. Tomei dinheiro emprestado em AGIOTAS, vendi as férias, dei o cano em algumas prestações e mãos a obra. Haviam me dito que fazer casa "fiado" é um risco  que se pode correr pois na pior das hipóteses, você terá a propriedade para vender e quitar a dívida. Além do mais, agiota se paga assim: pega de um para pagar o outro depois pega do outro para pagar o "um". Deixe os juros subir até o recurso final (leia-se juízo final). Epa, estou fugindo da história do poço... estávamos na obra, paredes  pela metade aí, apareceu uma mulher e sapecou: "moço, sua casa está no lugar certo mas o poço está no terreno do meu cunhado"
- ?
Explicando: eram duas ruas que formava um "L". Meu terreno era na Rua Mambuca e o terreno do "c unhado", ficava nos fundos, com frente  para a outra rua. Foi onde o poço foi parar.
Arranjos feito, etc e tal, o "cunhado" deixou usar a água, ficando claro que quando ele fosse murar o terreno, seria ele por justo direito, o verdadeiro dono do poço, sem ressarcimento futuro. No final, eu vendi a casinha por 8 mil cruzados, paguei os agiotas, cuja dívida chegava quase a isso e a vaca foi pro brejo. Agora amigos, não esqueçam da nota imaginária deste rodapé. 

2 comentários:

  1. Tempos duros! Que bom que ficaram para trás!

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  2. Hoje pode ate parecer engraçado o terreno ter ficado no lugar errado mas na epoca foi complicado, e realmente, ainda que ficou no passado.

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