O comercio varejista tem estratégia brilhante para atrair consumidores. No começo da nossa moeda REAL, surgiram as lojas de 1,99. A ideia era concentrar em um mesmo estabelecimento milhares de produtos que pudessem ser vendidos a 2,00. Para dar a impressão de que todos os produtos estavam em promoção infinita, chamaram os 2,00 de 1,99, ou seja um desconto de 1 centavo. Deu certo, ou melhor pegou, pois os lojistas de todos os ramos começaram a dar desconto de 1 centavo em todas a variedades de produtos: roupas, calçados, eletrodomésticos, alimentos etc. Nas casas de carnes, o que se vê são aqueles cartazes em cartolinas coloridas com ofertas vantajosas: alcatra 24,99, coxão duro 19,99. Duro mesmo é engolir que aquilo é de fato uma oferta, mas o fato é que se arredondar para cima ou mesmo para baixo, o consumidor acha que o produto está muito caro. É que os preços quebrados induzem a imaginar um desconto que na verdade não existe na prática uma vez que o troco de 1 centavo não existe. Mas é bom comprar um par de tênis por 199,99, melhor do que pagar 200 paus. E como os pagamentos hoje em dia são quase todos feito através de cartões, aquele centavinho acaba mesmo sendo uma confortável economia. No caso dos açougues, aquele centavo acaba sendo engolido pelo peso pois dificilmente uma balança pesa 1 kg exato. Sempre vem aquelas graminhas a mais para levar mais dos nossos centavos.
Agora sacanagem mesmos sãos nos postos de gasolina que que criaram quebrados centesimais. Está lá no cartaz: gasolina comum 3,299. A cada 1000 litros vendidos aquele ultimo 9 que não existe na nomenclatura da moeda acaba se transforma em 1 centavo de verdade. No fim do mês quando o posto vendeu 10 milhões de litros quantos centavos extras entraram clandestinamente? Alô receita federal, isto está correto? Bem, não creio que a receita federal vá ler esta página, mas aos poucos eu vou entendendo para onde vai o meu dinheiro. Quem primeiro criou a loja de 1,99 não se deu conta de que estava inventando uma fábrica clandestina de centavos. E é bom lembrar que a moeda de 1 centavo fisicamente não existe mais. Pronto, está respondido a leitora Maria Candida Vieira de Arcanjo, para onde vai meu dinheiro.
Obrigado.