Demorei porque havia perdido os óculos. Então falemos de óculos. Primeiramente vamos recordar alguns refrões de músicas que retratam óculos, somente para dar clima. O velho e bom Raul Seixas que aliás usava belos óculos escuros cantava ÓCULOS ESCUROS. Alguém se lembra? "Quem não tem colírio usa óculos escuros. Depois os PARA-LAMAS DO SUCESSO cantavam: se as meninas do Leblon não olham mais pra mim (eu uso óculos). O Rei Roberto Carlos também cantava; não tire esses óculos, use e abuse dos óculos.
Esse maravilhoso instrumento nos auxilia na visão e na indumentária. Também é motivo de referência em canções e textos como esse. Estou sempre escrevendo o que vem na cabeça mas desta vez , o que vem nos olhos. A natureza nos empresta a visão. Isto mesmo, empresta, pois a visão é nada mais nada menos do que empréstimo consignado que vai sendo abatido ano após anos. Os olhos de Lince que você tinha aos 30 anos não são os mesmo aos 60.É a natureza cobrando o empréstimo, abatendo na conta corrente da vida.Ah! mas felizmente inventamos os óculos para ludibriar a natureza e conseguir mais prazo. É por isso que estou podendo escrever esse texto, graças aos óculos que reencontrei.
Quem inventou essa maravilha? A maioria das invenções não tem um autor específico. Consta que as primeiras lentes surgiram no século I a.C., mas somente por volta de 1270 que os óculos começaram a tomar a forma e modelo parecidos com os de hoje em dia. Tudo é uma questão de evolução. É maravilhoso poder ver. A gente se dá conta disso quando não está mais enxergando direito e bota esta maravilha na cara e volta a ver tudo limpinho. Em alguns casos, a natureza nega o empréstimo ou faz uma concessão insatisfatória e os óculos é o único recurso para pessoas mesmos ainda muito jovens.
Mas no caso do mal da vista fraca (idosos), os óculos é um retorno à juventude. Ver é bom, ver bem, é melhor.
Se você gostou desse tema, eu recomendo uma visita ao Museu do Óculos, Rua dos Ingleses, 108 Bela Vista, São Paulo. Ali o visitante dá uma olhada no passado. Pode ver os famosos Óculos Picinêes, algumas fantásticas geringonças para leitura, do tempo da onça, e réplicas famosas do tipo Johan Lemon.